segunda-feira, 25 de março de 2002

Esquinas do medo...


A rotina insuportável de delitos nos sinais da cidade continua.
Domingo, dia 24/03, 20:30 hs, sofrí a já tradicional ameaça do
ladrão abordando a janela do carro. Levou tudo que queria, mostrando
um volume suspeito pôr debaixo da camisa. A Avenida Nossa Senhora
de Copacabana, esquina de Figueiredo Magalhães, estava deserta de
policiamento e cheia de desocupados nas calçadas. Após duas voltas
no quarteirão, avistei uma viatura policial e informei a ocorrência
e o possível paradeiro do elemento. O policial perguntou-me se eu
o acompanharia na abordagem do marginal e se iria até a delegacia
registrar a ocorrência. Respondí que o dever do policial é a proteção
do cidadão, evitando a exposição do contribuinte junto aos marginais.
Já que estavam ausentes na hora e local do crime, que alertassem aos
demais veículos na área e procurassem uma pessoa com determinadas
características. Compreendí então, na prática, que a polícia só
patrulha se o cidadão exigir e se arriscar junto, no que deveria
ser a rotina normal da boa polícia. As autoridades precisam proibir
qualquer atividade junto aos sinais de trânsito. Cruzamento deve
ter somente automóveis, pedestres circulando e faixa de travessia,
já que pedir um guarda parece um luxo que meus impostos não pagam.
Ano de eleições, segurança na boca dos políticos e a prática das
ruas perversamente a mesma, até o asfalto inteiro tornar-se vermelho
de sangue.
Publicado no "Jornal O Dia" - Coluna "Caixa Postal".