sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Envelhecimento...



Um dia chamei meu pai de velho, irritado com alguma circunstância da vida. Já cansado e doente, olhou para mim e mostrou contrariedade daquela insistência minha e, por extensão, da sociedade. Magoa ser chamado de velho. Como uma peça desgastada de um sistema que não pode parar. Com a arrogância própria da juventude, não captei bem a mensagem naquele momento. Hoje, fui chamado de velho por uma adolescente de 14 anos. Imediatamente, lembrei-me do semblante do meu velho naquela tarde. Inicio a trajetória da peça descartável e incômoda. A verdade é bem outra. Idosos possuem quilometragem na vida. Aprenderam que arrogância cai por terra na primeira esquina, nos embates da vida e no calejar das ilusões. Uma sociedade torna-se sábia quando respeita e cuida bem dos seus velhos. Rabujentos por vezes, irritados quase sempre, mas um baú de vivências e sabedoria. Lição aprendida, meu velho pai. Pode descansar em paz. Ainda tenho de lapidar a arrogância do meu jovem de 18 anos. A adolescente verde ainda entenderá seu pai, neste ciclo infindável de vida e morte.

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