quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Brasil Moderno


A minha geração vivenciou um País com forte complexo de inferioridade mundial. Tudo que vinha de fora, importado, era melhor e mais sofisticado. O sonho de adolescente era ser americano, alemão ou mesmo estudar e voltar com um diploma conquistado no exterior, abrindo portas diante de gestores também colonizados e deslumbrados. Sobrevivi aos anos e hoje posso perceber um povo mais maduro e consciente do seu valor. Capaz de entender que qualquer nação, civilização, tem seus pontos positivos e negativos. Todos temos brilhantismo e dores de barriga, vitórias e derrotas. Somatórios de acertos e erros de vários presidentes, partidos e cidadãos. A síndrome do vira lata, porém, impõe vícios que temos de nos livrar. Nossa aviação e aeroportos já foram de primeiro mundo, hoje chafurda na lama. Nosso metrô carioca era uma ilha de eficiência e conforto, hoje é uma filial do inferno. Estradas e ruas que invejam o solo lunar. Ferrovias de passageiros enferrujando ao tempo. Hospitais públicos imundos e homicidas. Segurança e educação precários e tantos outros exemplos diariamente ofuscando nosso amor próprio de cidadão. Tudo que funciona bem, encontramos um jeito brasileiro de estragar. Nossos governantes já perceberam que o povo hoje acredita que pode ser estrela mundial, País de primeiro mundo, e precisam ter cuidado com métodos antigos de liderança política. O tumor ainda não explodiu, mas o povão cada vez mais está acreditando que pode deixar de ser o vira lata do Mundo e começa a não aceitar os velhos coronéis das cuecas, meias e panetones. Acautelem-se...

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