quinta-feira, 1 de maio de 2008

Um ato de amor...



Hoje assistia a uma aula e imagens antigas vieram a minha mente. Uma sala de aula, minha professora altiva e elegante, o quadro negro sujo de giz, meninos e meninas atentos, tímidos e ansiosos. Um cheiro de merenda no ar, o Atlas pesado e cheio de mistérios, a maçã da professora denunciando um presente infantil. O Mundo a ser descoberto, os mistérios da existência, a precisão dos números, o corpo humano, a química dos povos e a essência da cidadania nas mãos de um único profissional dedicado, a Tia que nos mostra a cultura da humanidade. Adulto, capto com certeza que ensinar é um ato de amor. Um gesto de amor por vezes difícil, trabalhoso e remunerado deficientemente, mas amor. A convicção plena de que, para ensinar, precisamos não só de conhecimento, mas a capacidade de doação, de amizade e carinho pelo sucesso de nosso aluno. A imensa responsabilidade de transmitir o saber para as novas gerações, deveria ser prestigiada com bons salários, reciclagens constantes e respeito social. Afinal, ser professor ou professora conscientes, é um ato de amor autruístico e insubstituível. Ainda estamos em tempo de resgatar a importância dos Tios e Tias em nosso País, antes que nossas crianças tenham como orientadores profissionais desmotivados e despreparados. A maçã repousa na memória, enquanto balas perdidas ameaçam as novas gerações de brasileiros nos bancos escolares. Hoje, apenas o amor e dedicação dos mestres sustentam a esperança. Até quando ?