segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O GPS da morte...

O GPS da Morte...

O absurdo maior não é utilizar o navegador GPS, tecnologia inteligente e moderna de orientação. Não é confiar no trajeto traçado. Muito menos culpar ou responsabilizar o fabricante por não "mapear" regiões perigosas e violentas. O verdadeiro absurdo é "quase" nos conformarmos que a existência destas regiões são inevitáveis e perenes, a ponto das autoridades recomendarem cuidado na escolha de trajetos. É assinar embaixo que a guerra já está perdida. Dilacera a minha cidadania a certeza que a minha cidade possui vários donos e que sou "estrangeiro e impotente" no meu próprio território de nascença. Um ir e vir sitiado. Uma paz de fachada. Tudo muito lamentável ...


sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Paixão Inexplicável...

Como é difícil definir uma Paixão...
Fico com raiva, xingo por vezes a minha Cidade, País e até o Povo. Sinto vergonha do "papelão de terceiro mundo", do "mico internacional". Faço cara de nojo diante da corrupção, dos engarrafamentos e da pobreza explícita. Fico exausto de aguardar por décadas o tal País do Futuro, Gigante Adormecido em Berço Esplêndido. No entanto, ao dobrar uma esquina, sair de um túnel e deparar-me com uma silhueta tão bela e sensual, as linhas das montanhas, lagoas e oceano, algo difícil de entender acontece no peito. Um nó de orgulho e paixão por esta cidade que nenhum político ou gestor infame consegue destruir. Acho que só cariocas "da gema" e forasteiros apaixonados de todo o planeta entendem. Entendam autoridades de uma vez por todas, vocês nao administram uma cidade, um estado ou um País. Vocês são gestores, por nós delegados, de uma Paixão Nacional. Roubando, corrompendo, é como degradar nossos amores, nossos entes queridos, nossa esperança em dias melhores. Larguem o osso se este nó de orgulho não for de amor verdadeiro por esta terra, enquanto temos tempo hábil de salvar nossa paixão. Não é do Brasil que temos vergonha, mas dos descaminhos que não se coaduna com a esmagadora maioria dos Cidadãos Brasileiros.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Rivotril Digital...

Estou em uma livraria. O cheiro de papel inconfundível invade minhas narinas. Lembro que sofro de rinite, mas meu coração de leitor incorrigível derrete-se diante das prateleiras. Meu olhar cruza com uma senhora, no que parece um balcão de pagamento. Responde um tanto cansada, mas com emoção as perguntas dos clientes leitores. Parece ser tudo, caixa, funcionária e proprietária. Tudo remete ao passado em um tempo digital. Mesmo assim, algo de muito digno exala dos livros novos e antigos. Meu olhar cúmplice com a senhora da resistência literária impressa, traduz o sentimento nostálgico de uma era. Livrarias fechando em toda a cidade, dando lugar à farmácias, templos e bancos. O Rivotril da esquina, substituindo os livros nas noites insones. Saio da livraria e deixo aquele aroma de papel velho e úmido em troca do perfume digital do tablet ou e-book. Tempos modernos. Imperiosa e sofrida adaptação...