sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O Rivotril Digital...

Estou em uma livraria. O cheiro de papel inconfundível invade minhas narinas. Lembro que sofro de rinite, mas meu coração de leitor incorrigível derrete-se diante das prateleiras. Meu olhar cruza com uma senhora, no que parece um balcão de pagamento. Responde um tanto cansada, mas com emoção as perguntas dos clientes leitores. Parece ser tudo, caixa, funcionária e proprietária. Tudo remete ao passado em um tempo digital. Mesmo assim, algo de muito digno exala dos livros novos e antigos. Meu olhar cúmplice com a senhora da resistência literária impressa, traduz o sentimento nostálgico de uma era. Livrarias fechando em toda a cidade, dando lugar à farmácias, templos e bancos. O Rivotril da esquina, substituindo os livros nas noites insones. Saio da livraria e deixo aquele aroma de papel velho e úmido em troca do perfume digital do tablet ou e-book. Tempos modernos. Imperiosa e sofrida adaptação...

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